05/09/2013

Dr. Importuno #13


É certo que sapato plataforma pode ser uma mera opção de moda (de muito mau gosto, diga-se). É também certo que cabelo chapinha pode ser uma mera opção estética.Mas até que ponto tais opções são meramente estéticas?Como eu vim para incomodar, gostaria de dizer que "opção estética" é, na melhor das hipóteses, a menos importante de todas.




A verdade é que a pessoa gosta de emular aquilo que ela não é, aquilo que a natureza não lhe deu. No caso de um sapato plataforma, a altura; no caso de uma chapinha, o cabelo liso. Em outras palavras, a pessoa é uma fingida, dissimulada, revoltada com aquilo que é.Ao apresentar esse meu pensamento a uma pessoa, ela respondeu que isso é culpa da sociedade que "impõe padrões de beleza".

Em primeiro lugar, gostaria de lembrar a todos que o tem de gente "fora dos padrões" ou mesmo feia de doer mas feliz da vida não está escrito. De modo que a desculpa do "padrão de beleza" é coisa de gente psicologicamente fraca e, pior, que adora colocar a culpa em qualquer coisa externa a ela.Esse seria o auge da cretinice: reconhecer que há um "padrão de beleza", criticar a sociedade pela existência de tal e ainda assim seguir o padrão. Em nossos dias há quem esteja tão mal acostumada com a vitimização que tem tal postura sem o menor pudor e, em casos extremos, até orgulho. Hipocrisia e covardia são elogios.
Em segundo lugar, a pessoa mantém seu padrão falso porque ela gosta do padrão falso. A pessoa gosta de fingir. Se sente bem fingindo, e a sociedade é muito conivente com tal falsidade.O que é o gosto pelas figuras "photoshopeadas" senão uma expressão da satisfação pela falsidade? A busca e desejo pela perfeição no corpo humano pode ser apenas uma desculpa que serve para esconder o verdadeiro sentimento: o gosto pelo falso.É fácil encontrarmos quem critique o uso de programas para edição de fotos de corpos em revistas; extremamente incomum é encontrar quem critique a falsificação de pele por maquiagem, de estatura pela altura de sapato, do tipo de cabelo pela chapinha...

Querer ser o que não é quando pensamos em, por exemplo, atingir um bom caráter, é louvável. Mas querer ser o que não é por conta da altura, do cabelo, dos olhos é, no mínimo, mediocridade e fraqueza psicológica.

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